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Biografias Musicais: Beach Boys, parte 4: A Resistência Americana — 30 de novembro de 2018

Biografias Musicais: Beach Boys, parte 4: A Resistência Americana

Os Beach Boys chegaram ao auge da carreira em 1963 graças às excelentes vendas do álbum Surfin’ Safari. A banda também apareceu em diversos programas de TV e manteve grande público com suas turnês. Para se concentrar mais em compor e produzir, Brian Wilson chamou Al Jardine de volta para os Beach Boys, fazendo com que os BB atuassem como sexteto nas sessões de gravação. Vieram mais dois grandes álbuns Surfer Girl e Little Deuce Coupe e em seguida David Marks deixou a banda, fazendo com que Brian voltasse a participar das turnês.

Os Beach Boys tiveram que lidar com o advento da Invasão Britânica nos idos de 1964 depois que os Beatles alcançaram os primeiros lugares das paradas norte-americanas e tiveram uma bem sucedida apresentação no Ed Sullivan Show. A Capitol Records, gravadora  da banda, distribuía os discos dos Fab4 nos EUA e isso causou um certo atrito. Murry Wilson, pai de Brian e empresário da banda começou a lutar mais e mais pelos direitos deles, cobrando providências para que eles não fossem eclipsados pelos colegas britânicos.

Com as bandas britânicas ganhando a preferência do público juvenil, os Beach Boys passaram a fazer parte da Resistência Americana, tendência musical extra-oficial criada para fazer frente aos músicos do Reino Unido, juntamente com outros artistas da cena norte-americana como Jan & Dean, Byrds, Ronettes, Monkees, Paul Revere and the Raiders e outros.

As sessões de gravação do novo álbum dos Beach Boys contou com diversos músicos de sessão. Participaram dos trabalhos Hal Blaine (bateria), Bill Pitman (violão), Tommy Tedesco (guitarra), Jimmy Bond (baixo acústico), Frank Capp (glockenspiel, bloco sonoro, castanhola com baqueta), Steve Douglas e Plas Johnson (sax tenores); Jay Migliori (sax barítono), Al De Lory (piano) e Chuck Girard (palmas). Chuck Britz e Larry Levine foram os engenheiros de som. Não há comprovação mas as sessões também contaram com a participação de David Marks, que havia saído recenntemente dos BB (guitarra) e Leon Russell, que ficou bastante famoso no fim da década de 70 (piano). 

Em fevereiro de 1964, foi lançado o single Fun, Fun, Fun (Wilson, Love)/Why Do Fools Fall In Love? (Frankie Lymon, Herman Santiago, Jimmy Merchant), sendo o lado A uma composição de Brian e Mike e seu verso um cover de Frankie Lymon and the Teenagers, um dos grupos vocais favoritos dos BB. Figurou na quinta posição na Billboard.

Em março de 1964, saiu o álbum Shut Down, Volume 2, outra produção de Brian Wilson. Esse nome foi dado para diferenciar o LP da compilação Shut Down, lançada no ano anterior. Destacam-se os clássicos Don’t  Worry Baby (Wilson, Christian), bela homenagem de Brian a Be My Baby, estonteante sucesso das RonettesFun, Fun, Fun (Wilson, Love), já lançada em single e Warmth of the Sun, outra canção da lavra Wilson/Love, além dos covers Why Do Fools Fall In Love? (Frankie Lymon) e Louie Louie (Richard Berry and the Pharoahs), que foi um grande sucesso dos Kingsmen.

Em abril de 1964, Brian escreveu suas últimas canções no estilo Surf Music. Houve uma sessão de gravação para um novo single que contou com Hal Blaine (tímbales com vassourinha, aro com vara fina), Glen Campbell (baixo acústico de seis cordas) e Ray Pohlman (baixo de seis cordas). Provavelmente houve a participação dos saxofonistas Steve Douglas e Jay Migliori. Além disso, os Beach Boys fizeram parte das filmagens do filme The Girls on the Beach (no Brasil, Brotinhos de Biquini). Nesse mesmo mês, Murry Wilson foi exonerado do cargo de empresário da banda, embora continuasse como consultor.

Em maio de 1964, foi lançado o single I Get Around/Don’t Worry Baby. Nessa época, o lado A tinha apenas Brian nos créditos mas anos depois, por decisão judicial, Mike Love passou a coassinar como compositor. Foi o primeiro single dos Beach Boys a figurar na liderança da Billboard Hot 100, desbancando, ironicamente, A World Withou Love dos britânicos Peter & Gordon, composição de Lennon e McCartney (Beatles), foi a prova que os Beach Boys eram capazes de competir de igual para igual com os súditos do reino Unido. Foi o primeiro disco dos Beach Boys a figurar no Top 10 dos charts britânicos e garantiu mais um Disco de Ouro, concedido pela RIAA.

Em junho de 1964, os Beach Boys voltaram para o estúdio para gravar faixas para seu álbum de Natal a ser lançado no fim do ano. Brian contou com uma orquestra composta por 40 músicos e teve a colaboração do arranjador Dick Reynolds, que trabalhava com The Four Freshmen, grupo vocal que inspirou a criação dos Beach Boys. O próprio Reynolds era um verdadeiro heroi para Brian. O disco seria uma resposta ao álbum natalino A Christmas Gift to You produzido por Phil Spector.

Em julho de 1964, foi lançado o álbum All Summer Long, o primeiro LP dos Beach Boys pós-Invasão Britânica, produzido por Brian Wilson. E tome clássicos: I Get Around (Wilson, Love), já lançada em single, Wendy (Wilson, Love), Little Honda (Love), We’ll Run Away (Wilson, Gary Usher) e a faixa que dá nome ao disco, além de Hushabye (Doc Pomus, Mort Shuman), cover de The Mystics. O álbum ficou em 4º lugar na Billboard e os Beach Boys abocanharam mais um Disco de Ouro da RIAA.

Fontes:

Wikipedia

Site oficial

Cabinessence (site oficial de Brian Wilson)

Biografias Musicais: ELO, conclusão: na ativa novamente — 21 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, conclusão: na ativa novamente

Embora tenha começado bem o século XXI com o lançamento de um novo álbum em 15 anos, a nova ELO fez algumas aparições na TV, mas a turnê que estava sendo planejada para divulgar Zoom, o disco de retorno, acabou sendo cancelada e a banda entrou num novo hiato, enquanto The Orchestra, dissidência da ELO Part II começou a fazer shows em 2006.

Em novembro de 2013, Jeff Lynne foi indicado para o Songwriters Hall of Fame e formou o projeto Jeff Lynne and Friends para atuar num show beneficente chamado Children in Need Rocks que aconteceu no Hammersmith Eventim Apollo, em Londres, Inglaterra. Num determinado momento, Lynne chamou para o palco o velho colega de ELO Richard Tandy e eles relembraram os bons tempos tocando os clássicos Living thing e mr. Blue Sky. contaram com o acompanhamento da BBC Concert Orchestra, com a violinista Chereene Allen tocando o violino principal.

Em 2014, seguindo o sucesso do Children in Need Rocks, o DJ Chris Evans da BBC Radio 2 fez uma enquete perguntando se os ouvintes queriam ver a ELO tocando no Festival in a Day, promovido pela rádio estatal britânica, evento que aconteceu no Hyde Park em Londres, Inglaterra em 14 de setembro de 2014. O resultado foi a venda de todos os 50 mil ingressos para o show em apenas 15 minutos, esgotando a bilheteria. Para essa apresentação, a banda foi anunciada como Jeff Lynne’s ELO, uma clara resposta ao fato de grupos dissidentes como a ELO Part II e a The Orchestra e  outras bandas de tributo que usavam nome da ELO para se promover. Lynne e Tandy contaram com o acompanhamento da conhecida banda britãnica Take That e da BBC Concert Orchestra, praticamente repetindo o lineup do show de 2013.

A repercussão foi tanta que Jeff Lynne e Richard Tandy resolveram recrutar uma nova formação para shows ao vivo. Responderam ao chamado os músicos Milton McDonald, Mike Stevens e Iain Hornal (guitarras, backing vocals), Lee Pomeroy (baixo), Marcus Byrne e Bernie Smith (teclados), Donavan Hepburn (bateria) e Melanie Lewis-McDonald (backing vocals).

Nesse ano, The Orchestra deu início a uma grande turnê nos EUA, tocando no mesmo circuito que os veteranos John Fogerty e Deep Purple. no Reino Unido, participaram do Moody Blues Cruise ao lado de lendas sessentistas como Zombies, Roger Daltrey e os anfitriões Moody Blues. Paralelamente, o baterista Bev Bevan encerrou sua encarnação do The Move após uma década e várias alterações na formação.

Em fevereiro de 2015, após dar início a uma nova turnê, a Jef Lynne’s ELO tocou na cerimônia de entrega do Grammy Awards desse ano. Eles tocaram um medley com os clássicos Evil Woman e Mr. Blue Sky ao lado do cantor e guitarrista Ed Sheehan. a banda assinou contrato com a major Columbia Records e em novembro de 2015, saiu o álbum Alone in the Universe, primeiro trabalho inédito da ELO em 15 anos. contou com a produção de Jeff Lynne, que tocou todos os instrumentos, além de ter a presença Laura Lynne (vocais de apoio) e Steve Jay (percussão, mixagem), que haviam colaborado em Zoom. Destacam-se as músicas When I Was a Boy, When the Night Comes e a faixa-título. O disco levou um Disco de Platina por suas vendagens no Reino Unido e liderou os charts britânicos.

Seguiu-se uma mini-turnê no Reino Unido e nos EUA, com ingressos esgotados em poucos minutos, marcando a primeira vez em mais de 30 anos que a ELO não se apresentava na Terra do Tio Sam. Durante sua estadia em solo norte-americano, fizeram uma participação nos programas de TV The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, Jimmy Kimmel Live e CBS This Morning. Também fizeram um concerto para a BBC Radio 2 em Londres, Inglaterra. Nesse ano, Jeff Lynne ganhou uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

Em 2016,teve início a turnê europeia da ELO com um show no famoso Glastonbury Festival na Inglaterra em junho desse ano. Em outubro de 2016, a ELO foi indicada para entrar para o Rock and Roll Hall of Fame. Em novembro de 2016, a Jeff Lynne’s ELO levou o prêmio Classic Rock Roll of Honour Awards na categoria Banda do Ano. Nesse ano, a banda recebeu os reforços da violinista Rosie Langley e das violoncelistas Amy Langley e Jess Cox. Nesse ano, The Orchestra fez uma filmagem durante um show na Universidade Full Sail em Winter Park, Flórida, EUA para o documentário No Rewind, que mostrava a evolução da banda.

Em 2017, a turnê teve continuidade e a ELO foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame, contando com a nomeação de Jeff Lynne, Roy Wood, Bev Bevan e Richard Tandy, membros da primeira formação da banda. Em 2018, a ELO marcou presença na cerimônia de encerramento do torneio Gold Coast 2018 Commonwealth Games Closing que aconteceu em Gold Coast, Austrália.

Passados quase cinquenta anos desde sua formação, a ELO conta com dois times de músicos que fizeram parte da ELO original continuam na ativa com suas respectivas bandas, Jeff Lynne’s ELO e The Orchestra. Os fãs da banda em todo o planeta torcem para que todos eles voltem a formar uma única entidade, incluindo, quem sabe, uma volta dos fundadores Bev Bevan e Roy Wood. Fãs brazucas (como eu!) também esperam que o Brasil seja incluído numa futura turnê de qualquer um dos grupos ou quem sabe todos eles.

Fontes:

Wikipedia

Site oficial

 

Biografias Musicais: ELO, parte 6: os dias atuais — 17 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 6: os dias atuais

Em 2000, Bev Bevan decidiu sair da ELO Part II e vendeu sua parte nos direitos do nome da banda para o ex-colega Jeff Lynne. Os membros remanescentes continuaram na ativa sob o nome The Orchestra. Lynne reativou a ELO original e apenas o tecladista Richard Tandy foi chamado para o novo lineup. Em 2001, foi lançado o álbum Zoom e foi anunciada uma nova turnê.

Em 2001, pouco depois do lançamento do álbum, a nova formação da ELO fez sua estreia em duas apresentações na TV, participando do programa VH1 Storytellers e um concerto ao vivo pela emissora PBS na CBS Television City. Era uma espécie de aquecimento para a turnê vindoura e esses dois shows foram lançados no DVD Zoom Tour Live. Infelizmente, a turnê propriamente dita acabou sendo cancelada e a banda entrou num novo hiato. Nesse ano, foi lançada a edição comemorativa do 30º aniversário do primeiro álbum The Electric Light Orchestra (First Light Series 30th Anniversary Edition). Ainda em 2001, The Orchestra, dissidência da ELO Part II gravou seu primeiro e único álbum No Rewind.

Em 2002, Jeff Lynne participou do Concert for George, um show-tributo ao seu amigo George Harrison, que havia falecido no ano anterior. Dividiu o palco com Paul McCartney, Dhani Harrison e Eric Clapton, entre outros. Lynne co-produziu o álbum resultante desse concerto. Também foi lançado Brainwashed, derradeiro álbum de George, também co-produzido por ele.

Em 2003, saiu a edição comemorativa do 30º aniversário do segundo álbum da ELO intitulada ELO 2 (First light Series), que teve um CD extra, The Lost Planet que deveria ter sido lançado originalmente (esse seria o nome do álbum), com faixas que ficaram de fora de ELO 2, entre as quais Auntie (Ma-Ma-Ma Belle Take 2), Mambo (Dreaming of 4000 Take 1) e Everyone’s Born to Die, todas contando com a participação de Marc Bolan do T-Rex na guitarra, também as músicas Your World (Take 2), Get a Hold of Myself (Take 2) e Mama (Take 1), todas contando com os vocais de Carl Wayne, colega de Jeff Lynne na The Move. Nesse ano, também foi lançada a coletãnea The Essencial Electric Light Orchestra.

No dia 31 de agosto de 2004, faleceu o cantor Carl Wayne, aos 61 anos, em Birmingham, Inglaterra, vítima de câncer no esôfago. Ele foi co-fundador do The Move, banda da qual saiu a ELO e cantou em algumas faixas que ficaram de fora do álbum ELO 2. Wayne estava atuando como vocalista dos Hollies desde 2000. Nesse ano, o batera Bev Bevan decidiu reativar The Move sem nenhum dos membros originais, a exemplo do que fizera no fim dos anos 80 ao formar a ELO Part II.

Em junho de 2005, foi lançada a coletânea All Over the World: The Very Best of Electric Light Orchestra. Em 2006, Lynne produziu o álbum Highway Companion. Nesse ano, a dissidente The Orchestra deu início a uma extensa turnê no Reino Unido, aproveitando o relançamento do álbum No Rewind. Usaram o título “Electric Light Orchestra Part II Former Members” (ex-membros da ELO Part II) a título de divulgação e foram processados por Jeff Lynne. Acabaram ganhando a causa numa primeira instância. Em alguns shows da turnê, o guitarrista Parthenon Huxley foi substituído por Phil Bates, que fizera parte da terceira formação da ELO II.

Em 2007, foi lançada a coletânea Ticket to the Moon: The Very Best of Electric Light Orchestra Volume 2. Na The Orchestra, Phil Bates entrou no lugar de Parthenon Huxley em definitivo. Em 2008, a banda participou do Sweden Rock Festival e engatou alguns shows em países do Leste Europeu.

No dia 19 de fevereiro de 2009, um dia depois de um show da The Orchestra em Berlim, Alemanha, faleceu o baixista e vocalista fundador da The Orchestra Kelly Groucutt, aos 63 anos, em Worcester, Inglaterra, vítima de um ataque cardíaco. Ele fez parte da ELO original entre 1974 e 1983 e da ELO II de 1991 a 2000. Para seu lugar foi recrutado Glen Burtnik (nascido Glenn Burtnik em 8 de abril de 1955 em Irvington, Nova Jersey, EUA), ex-baixista do Styx. Em alguns shows, a banda contou com o baixista alemão Ralf Vornberger.

Em agosto de 2010, saiu em DVD uma compilação ao vivo chamada Live – The Early Years, com o registro de uma apresentação da ELO na Brunel University (1973), uma aparição num programa de TV alemão chamado Rockpalast e uma reedição de Fusion – Live in London, concerto da banda na capital inglesa em 1976. Em 3 de setembro de 2010, as fileiras da ELO sofreram outra baixa com o falecimento do violoncelista Mike Edwards, que fez parte da ELO de 1972 a 1975, também conhecido como Swami Deva Pramada após sua conversão ao hinduísmo. Aos 62 anos, ele foi vitimado por um horrível acidente automobilístico quando um rolo de feno de mais de meia tonelada caiu em cima do veículo que ele estava dirigindo em Devon, Inglaterra.

Em outubro de 2011, foi relançada a coletânea The Essential Electric Light Orchestra. Diferente da versão original, essa compilação foi lançada como como álbum duplo. Em 2012, saiu o álbum Mr. Blue Sky: The Very Best of Electric Light Orchestra, uma compilação  de regravações contemporâneas de diversos sucessos da ELO feitas por Jeff Lynne tocando praticamente todos os instrumentos, além da inédita Point of No Return. Jeff contou a presença da filha Laura Lynne (backing vocals) e o tecladista Marc Mann (recrutado por Lynne em 2000 para o novo lineup da ELO), que haviam colaborado no álbum Zoom, mais o baixista Steve Jay (colaborador do comediante “Weird Al” Yankovic) que atuou como engenheiro e na percussão e o pianista e engenheiro de som Ryal Ulyate.

Fontes:

Wikipedia

Site oficial

Biografias Musicais: ELO, parte 5: Duas formações da ELO em atividade — 16 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 5: Duas formações da ELO em atividade

Em 1983, começaram a surgir rumores do fim da ELO já que Jeff Lynne, Bev Bevan e Richard Tandy, pilares da banda, estavam se envolvendo em projetos particulares, o baixista Kelly Groucutt tinha pedido demissão e não havia sido marcada uma turnê para divulgação do álbum Secret Messages. Em meados de 1985, o trio central da ELO gravou material para um novo álbum, por motivos contratuais. Após a turnê de Balance of Power, decidiriam realmente pôr um fim à banda. Bevan tentou reunir o grupo em 1989, mas diante da recusa de Jeff Lynne e Roy Wood, cofundadores da ELO, em fazer parte do projeto, formou a Electric Light Orchestra Part II.

Em 1994, Jeff Lynne realizou um antigo sonho ao trabalhar com os Beatles sobreviventes Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr no projeto Beatles Anthology que resultou num documentário e três álbuns duplos lançados entre 1995 e 1996. a convite de George, Lynne ajudou a finalizar Free As a Bird e Real Love, faixas demo gravadas por John Lennon nos anos 70 que foram a tõnica do projeto. Trabalhou como produtor ao lado de George Martin (1926-2016).

Em outubro de 1994, a ELO Part II lançou seu segundo álbum de estúdio, Moment of Truth, produzido por Stephan Galfas. O disco contou com o percussionista Hossam Hanzy e com a seção de cordas da The London Session Orchestra liderada por Gavyn Wright. Os destaques são as faixas Moment of  truth (overture) (Louis Clark), One More Tomorrow (Bevan, Kaminski, Bates) e Twist of the Knife (Bevan/Groucutt/Bates).  Nesse ano e em 1995, saíram as coletâneas The Very Best of Electric Light Orchestra e Strange Magic: The Best of ELectric Ligh Orchestra.

A ELO II continuou fazendo turnês, sempre contando com orquestras locais. Em 1996, foi lançado na Alemanha o álbum duplo ao vivo One Night, mostrando um show da banda na Austrália. O disco foi lançado como LP simples nos EUA com o nome One Night- Live in Australia. Nesse mesmo ano, Jeff Lynne foi premiado com o conceituado prêmio britãnico Ivor Novello por sua excepcional contribuição para a música. Foi a segunda vez que ele foi laureado com a honraria.

Em 1997, Jeff Lynne co-produziu o álbum Flaming Pie de Paul McCartney. Nesse ano, saiu a coletânea Light Years, The Very Best of Electric Light Orchestra. Em março de 1998 foram lançados os álbum ao vivo Live at Wembley ’78 e Live at winterland ’76, registros de shows da ELO na década de 70.

Em 1999, a ELO II sofreu uma mudança no lineup com a saída do guitarrista e vocalista Phil Bates e a entrada de Parthenon Huxley (nascido Richard Willett Miller no dia 20 de janeiro de 1956 em Baton Rouge, Louisiana, EUA). Em abril de 1999, foi lançada a coletânea Definitive Collection. Em junho de 1999 saiu o álbum duplo Live at the BBC mostrando a banda atuando na rádio estatal britânica entre 1973 e 1976

No início do ano 2000, Bev Bevan anunciou o fim da ELO Part II mas o restante da banda resolveu continuar adiante, esbarrando num problema judicial, já que Bevan havia vendido sua parte nos direitos do nome da banda a Jeff Lynne. Diante disso, Eric Troyer, Kelly Groucutt, Louis ClarkMik Kaminski e Parthenon Huxley passaram a atuar sob o nome The Orchestra. Phil Bates voltou a tocar com os colegas e o baterista Gordon Towsend foi recrutado para completar o lineup.

Também em 2000, Jeff Lynne resolveu retomar a ELO sozinho, voltando ao estúdio para preparar um novo álbum. Retomou a ideia de adicionar violoncelos ao som da banda recrutando as violoncelistas Peggy Baldwin e Sarah O’Brien. Para completar o novo lineup foram chamados o velho conhecido Richard Tandy (teclados e sintetizador), sua então namorada Rosie Vela (nascida Roseanne vela em 18 de dezembro de 1952 em Galveston, Texas, EUA) como vocalista de apoio, o guitarrista, tecladista e arranjador Marc Mann (colaborador de Lynne no projeto Beatles Anthology) e a cozinha formada pelos irmãos Matt Bissonette (nascido em 25 de julho de 1961 em Detroit, Michigan, EUA) no baixo e Gregg Bissonette (nascido em 9 de junho de 1959 em detroit, Michigan, EUA) na bateria.

Em novembro de 2000, foi lançado o box set Flashback apresentando bastante material de discos anteriores e diversas faixas inéditas resultantes de outtakes e coisas que focaram de fora dos álbuns da banda das décadas de 70 e 80. Jeff Lynne mostrou que que não estava pra brincadeira e que a ELO tinha voltado com a corda toda. Lynne produziu a faixa-título da trilha sonora do filme Maybe Baby (no Brasil, ), cover de Buddy Holly cantado por Paul McCartney.

Em junho de 2001, foi lançado o álbum Zoom, o primeiro da ELO em 15 anos. Jeff Lynne produziu o disco e tocou praticamente todos os instrumentos. Em algumas faixas, contou com as participações mais que especiais dos amigos ex-beatles George Harrison e Ringo Starr, que já tinham dado as caras no álbum solo de Lynne Armchair Theatre de 1990. Richard Tandy (teclados), Rosie Vela (vocais de apoio) e Marc Mann (guitarra rítmica e arranjos de cordas) foram os únicos do novo lineup a participar das sessões. Também participaram do álbum os violoncelistas Suzie Katayama e Roger Lebow, Laura Lynne (nascida em 7 de dezembro de 1979), filha de Lynne, nos vocais de apoio, o saxofonista Dave Boruf  e o arranjador Kris Wilkinson. Destacam-se as músicas Alright, Moment in Paradise e A Long Time Gone. Uma turnê foi planejada para divulgar o álbum.

Fontes:

Biografias Musicais: ELO, parte 4: O fim da ELO e o início da ELO Part II — 15 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 4: O fim da ELO e o início da ELO Part II

No fim da década de 70, a ELO chegou ao ápice de sua popularidade nos dois lados do Atlântico, graças ao álbum Discovery e a trilha sonora do filme Xanadu que tiveram vendagens excelentes e ótimas críticas, além de figurar no pico das paradas de sucesso dos EUA e do Reino Unido. Em 1980, a seção de cordas da ELO foi dispensada e a banda passou a investir no uso de sintetizadores como pode ser visto no álbum Time, que também teve ótima repercussão.

Em junho de 1983, foi lançado o álbum Secret Messages, produzido por Jeff Lynne cuja intenção original era lançar esse trabalho como um álbum duplo, mas a gravadora Jet Records e sua distribuidora CBS Records se opuseram ao formato. O guitarrista David Scott-Morgan , que havia sido recrutado no ano anterior para atuar na turnê, fez sua estreia num álbum da banda. O título do disco e sua capa eram um recadinho maroto às acusações de que a ELO usava mensagens satânicas em seus álbuns. A banda usa e abusa do recurso de gravação invertida. Destacam-se as músicas Losers Gone Wild, Four Little Diamonds, Stranger e Rock and Roll Is King, uma bela homenagem de Jeff Lynne ao Rock and Roll, além da faixa que dá nome ao álbum. O disco foi muito bem nos charts britânicos, alcançando o Top 5.

Entretanto, alguns rumores sobre o fim da ELO começaram a circular na imprensa, já que fora anunciado que não haveria turnê para divulgar o novo álbum, Jeff Lynne e Richard Tandy estavam trabalhando na trilha sonora do filme Electric Dreams sem qualquer ligação com a banda, o batera Bev Bevan estava tocando com o Black Sabbath e o baixista Kelly Groucutt ter pedido as contas durante as sessões de Secret Messages, o que fez com que Lynne tivesse que gravar as partes de baixo sozinho. Os boatos foram negados pela ELO mas houve a dispensa de todos os integrantes do lineup que estava na ativa.

Em meados de 1984, Jeff Lynne, Bev Bevan e Richard Tandy se reuniram em estúdio para gravar um novo álbum por obrigações contratuais coma Jet Records. Apenas o trio trabalhou nas faixas, com Lynne tocando guitarra, sintetizadores e baixo, Tandy fazendo as partes de teclados e sintetizadores e Bevan cuidando da bateria e percussão. Houve apenas o acréscimo do saxofonista Christian Schneider. Em 1985, após o fim das sessões, Richard Tandy formou a Tandy-Morgan Band com o guitarrista David Scott-Morgan (que havia participado da última yurnê da ELO e das sessões de Secret Messages) e o baixista Martin Smith.

Em fevereiro de 1986, saiu o derradeiro álbum da ELO, Balance of Power, produzido por Jeff Lynne. Os destaques são as faixas So Serious, Getting to the Point e Calling America, o carro-chefe do disco. Foi marcada uma nova turnê de divulgação que contou com o recrutamento do último lineup da ELO formado pelo violinista Mik Kaminski e o tecladista Louis Clark, além do guitarrista David Scott-Morgan e o baixista Martin Smith, ambos colegas de Richard Tandy na Tandy Morgan Band. Contaram com a canja especialíssima de George Harrison no bis de um show no Reino Unido tocando Johnny B. Goode. O ex-beatle estava há algum tempo fora de cena e essa jam com a banda fez com que voltasse à ativa. O derradeiro show da ELO aconteceu num show em Stuttgart, Alemanha em julho de 1986 como atração de abertura de Rod Stewart. Uma era havia chegado ao fim.

Em 1987, George Harrison chamou Jeff Lynne para produzir seu álbum Cloud Nine, dando início a uma grande amizade e uma bem sucedida parceria. Em 1988, os dois uniram forças a Bob Dylan, Tom Petty e Roy Orbison para formar a superbanda Travelling Wilburys. Por razões contratuais, o quinteto atuou usando pseudônimos e Jeff ficou conhecido como Otis Wilbury. O grupo gravou dois grandes álbuns Travelling Wilburys Vol. 1 e Travelling Wilburys Vol. 3. Nesse ano, Bevan e Lynne voltaram a se falar e o batera o chamou para que eles reativassem a ELO. Lynne recusou o convite.

Em 1989, Jeff Lynne continuou trabalhando como produtor em álbuns de Roy Orbison e Tom Petty, seus colegas de Travelling Wilburys. Bev Bevan voltou a trabalhar com o Black Sabbath em seu álbum The Eternal Idol. Nesse ano, ele formou a banda Electric Light Orchestra Part II, com o consentimento de Jeff Lynne, que não fez parte do projeto. co-produziu Cheer Down de George Harrison, música que fez parte da trilha sonora do filme Lethal Weapon 2 (Máquina Morttífera 2) e Nobody Child dos Travelling Wilburys, faixa do álbum beneficente Nobody’s Child: Romanian Angel Appeal.

A princípio nenhum ex-membro da ELO fez parte do grupo e o baterista chegou a chamar o antigo fundador Roy Wood, mas ele declinou do convite, a exemplo de Lynne. Bevan chamou outro ex-membro, o tecladista e arranjador Louis Clark mas ele não atuou como membro oficial da ELO II. Completando a banda, foram chamados o tecladista e guitarrista de estúdio Eric Troyer (nascido em 10 de abril de 1949 em Elkhart, Indiana, EUA), o guitarrista e cantor Pete Haycock (nascido Peter John Haycock em 4 de março de 1951 em Stafford, Inglaterra) da Climax Blues Band e o guitarrista e cantor Neil Lockwood (nascido em 23 de fevereiro de 1958 no País de Gales).

Em junho de 1990, Jeff Lynne lançou seu primeiro álbum solo, Armchair Theatre, que contou comas paritipações mais que especiais do velho parceiro de ELO Richard Tandy e os ex-beatles George Harrison (seu colega de Travelling Wilburys) e Ringo Starr tocandoem algumas faixas. Nesse mesmo mês, foi lançado box set Afterglow reunindo faixas de todos os álbuns da ELO lançados desde 1971, menos a trilha sonora de Xanadu. Nesse ano, saiu também o álbum de estreia da Electric Light Orchestra Part II, autointitulado, que contou com a produção de Jeff Gixman. O velho conhecido violinista Mik Kaminski e seu indefectível violino azul  fizeram uma participação numa faixa. Destacam-se as músicas Honest Men (Troyer), Once Upon a Time (Bevan, Haycock) e Kiss Me Red (Billy Steinberg, Tom Kelly). O disco até que não fez feio e chegou a figurar no 34º lugar nos charts britânicos.

Em 1991, a ELO Part II começou a fazer turnês e recrutou velhos conhecidos da antiga ELO como o violinista Mik Kaminski, o baixista e vocalista Kelly Groucutt e o violoncelista Hugh McDowell, que saiu logo após o fim da turnê. Em 1992, saiu o álbum ao vivo Performing ELO’s Greatest Hits Live Featuring The Moscow Symphony Orchestra. Nesse mesmo ano, Jeff Lynne produziu o álbum Time Takes Time de Ringo Starr. Também foi lançada a coletânea ELO’s Greates Hits, Vol. 2. Em 1993, houve uma alteração no lineup da ELO II com as saídas de Pete Haycock e Neil Lockwood e a entrada de Phil Bates (nascido Philip Bates em 30 de março de 1953 em Tamworth, Staffordshire, Inglaterra) na guitarra e vocais.

Fontes:

Biografias Musicais: ELO, parte 3: Ainda na trilha do sucesso — 10 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 3: Ainda na trilha do sucesso

Em 1974, a ELO passou a investir no uso de orquestra e coral e isso mostrou ser um diferencial para o sucesso da banda. Foram lançados os álbuns Eldorado, Face the Music, A New World Record e Out of the Blue, que foram muito bem de vendas e crítica e a banda fez turnês e apresentações em diversos programas televisivos.

Em 1978, a turnê de divulgação de Out of the Blue teve continuidade e seus shows foram anunciados como The Big Night, à época considerada a mais lucrativa e assistida turnê de uma banda de Rock na história. O maior público foi a apresentação no Estádio de Cleveland em Cleveland, Ohio, EUA, que teve a presença de 62 mil pessoas. Ainda fizeram apresentações com ingressos esgotados na Wembley Arena em Londres, Inglaterra. Em dezembro de 1978, saiu o box set Three Light Years, reunindo os álbuns On the Third Day, Eldorado e Face the Music.

Em março de 1979, foi lançada a coletânea The Light Shines On vol. 2, com material da época em que eles gravaram pela Harvest Records. Entre março e abril de 1979, gravaram no Musicland Studios em Munique, Alemanha. Em maio de 1979, foi lançado o álbum Discovery, produzido por Jeff Lynne e com viés mais comercial. Aqui estão os clássicos Last Train to London (Kelly Groucutt faz um dos melhores baixos de todos os tempos), Don’t Bring me Down e Confusion. Também se destacam as faixas The Diary of Horace Wimp e Shine a Little Love, primeiro single a ficar em primeiro lugar no Reino Unido. Esse foi o primeiro álbum da ELO a chegar à liderança dos charts britânicos graças à forte influência da Disco Music, que naquele tempo estava no auge. Graças aos milhões de cópias vendidas, o álbum ganhou um Disco de Multi-Platina da RIAA.

Em junho de 1979, eles se apresentaram no popular programa de TV da Inglaterra Top of the Pops. Em novembro de 1979, foi lançada a coletânea ELO’s Greatest Hits. No fim desse ano, a banda chegou ao pico de sua popularidade nos EUA e Reino Unido graças a shows antológicos com ingressos esgotados e aparições na TV, inclusive inspirando uma paródia do compositor e cantor Randy Newman, intitulada A Story of a Rock and Roll Band, música que tem uma levada bem caractesrítica da ELO. Jeff Lynne ainda se deu ao luxo de declinar de um convite para que o grupo fosse a principal atração do aclamado Knebworth Festival.

Em 1980, Jeff lynne foi convidado a coescrever a trilha sonora do filme Xanadu junto com o produtor e compositor John Farrar (1945-). A película foi estrelada pela cantora e atriz Olivia Newton-John (1948-), juntamente com Gene Kelly (1912-1996) e Michael Beck (1949-). A ELO decidiu dispensar seu consagrado trio de cordas formado por Mik Kaminski, Hugh McDowell e Melvyn Gale para se concentrar mais em sintetizadores e teclados tocados por Richard Tandy, marcando o fim de uma era na banda.

Em junho de 1980, o álbum com a referida trilha sonora foi lançado, contando com a produção de Lynne e Farrar, onde a ELO figura no lado B do LP com as músicas I’m Alive,  The Fall, Don’t Walk Away, All Over the World e a faixa-título, onde fazem um inesquecível dueto com Olivia Newton-John. O filme foi mal nas bilheterias e recebeu resenhas negativas, mas o álbum e os singles extraídos dele foram um verdadeiro sucesso de público e crítica nos dois lados do Atlântico. Ganhou Discos de Ouro e Platina no Reino Unido, EUA e Canadá. Ficou em primeiro lugar na Cash Box e e em 4º lugar na Billboard (EUA) e na vice-liderança nos charts britânicos. Também liderou as paradas em diversos países como Canadá, Alemanha e Austrália.

Em agosto de 1980, foi lançado o primeiro box set norte-americano da ELO intitulado A Box of Their Best, contendo os álbuns A New World Record, Out of the Blue e Discovery juntamente com o primeiro single solo de Jeff Lynne Doin’ That Crazy Thing. Nesse mesmo ano, foi lançado outro box set com o mesmo conteúdo, exceto o single de Lynne, intitulado Four Light Years.

Em julho de 1981, foi lançado o álbum Time, produção de Jeff Lynne que contou com uma grande mudança no som da ELO, abraçando de vez o uso de sintetizadores e um conceito mais eclético, misturando elementos como Rockabilly, Rock Instrumental, Wall of Sound, Reggae e New Wave, acrescidos de Ficção Científica, deixando de lado o Rock Sinfônico, que era a marca registrada da banda. Isso já começou a ser sentido a partir de Xanadu. O carro-chefe do álbum é o clássico com ares futuristas Twilight. Também se destacam as faixas 21 Century Man, uma bela homenagem de Jeff Lynne a John LennonTicket to the Moon, The Way Life’s Meant to Be e Rain Is Falling. Liderou os charts britânicos e alemães e teve boas posições nos EUA. ganhou discos de Ouro e Platina.

Entre 1981 e 1982, a ELO fez sua derradeira turnê para divulgar o álbum, contando com a volta do violinista Mik Kaminski e o recrutamento dos tecladistas Louis Clark (que havia cuidado dos arranjos orquestrais e corais dos discos anteriores) e Dave Scott-Morgan (nascido em 19 de agosto de 1942 em Birmingham, Inglaterra), que também tocou guitarra e backing vocals. Em dezembro de 1982, a banda começou a trabalhar num novo disco. Lynne desejava que fosse um álbum duplo, porém a gravadora Jet  Records vetou o projeto por considerá-lo muito caro. Muitas das sobras de estúdio e outtakes seriam lançados em álbuns e singles posteriores.

Fontes:

Wikipedia

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Biografias Musicais: ELO, parte 2: O estouro mundial — 5 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 2: O estouro mundial

Mesmo atuando no The Move, os músicos Roy Wood, Jeff Lynne e Bev Bevan começaram a trabalhar o som da Electric Light Orchestra, cujo álbum de estreia, autointitulado foi lançado em dezembro de 1971. A estreia da nova banda aconteceu em abril de 1972 com a adição de outros músicos. Em meados de 1973, Roy Wood saiu da banda após problemas com a gerência e com o parceiro Jeff Lynne. Após nova mudança no lineup, a ELO lançou mais dois álbuns.

Em fevereiro de 1974, a banda deu início a sessões de estúdio para o quarto álbum. Contaram com o retorno do violoncelista Hugh McDowell, que havia debandado junto com Roy Wood para formar o The Wizzard. Assim, a ELO voltou a ter dois violoncelos. Lynne decidiu parar de usar overdubs nas partes orquestrais, como tinha feito até aquele momento e contratou uma orquestra de verdade para as gravações. Também recrutou o tecladista e arranjador Louis Clark (nascido em 27 de fevereiro de 1947 em kempston, Inglaterra) para cuidar dos arranjos e da regência do coral e da orquestra.Isso fez dele um membro honorário da ELO. Em meio às sessões, o baixista Mike de Albuquerque pediu o boné, alegando não ter tempo pra família. Lynne teve que gravar as partes do baixo. Em maio de 1974, saiu o álbum ao vivo The Night the Light Went On in Long Beach, registro de uma apresentação recente em Long Beach, Califórnia, EUA.

Em setembro de 1974, foi lançado o álbum conceitual Eldorado que contou com o subtítulo A Symphony by the Electric Light Orchestra. Lynne cuidou novamente da produção e escreveu todas as canções. Esse foi o primeiro trabalho da ELO a fazer um enorme sucesso nos EUA, aparecendo na 16ª colocação do chart . O destaque fica para Eldorado Overture, coladinha com Cant Get it Out of My Head, grande clássico da banda que foi o principal single do álbum e que ficou no Top 10 da Billboard. Também se destacam as faixas Boy Blue, Poor Boy (The Greenwood) e Mister Kingdom, além da faixa-título. Eldorado ganhou o Disco de Ouro da RIAA (sigla em inglês da Associação da Indústria Fonográfica Americana).

Em novembro de 1974, saiu Showdown, a primeira coletânea da ELO, fazendo um painel das principais músicas lançadas desde 1971. No final do ano, foi recrutado o baixista Kelly Groucutt (nascido Michael William Groucutt em 8 de setembro de 1945 em Coseley, Staffordshire, Inglaterra), que quebrou o paradigma de Jeff Lynne como único vocalista principal da banda até aquele momento. Nesse mês, a banda participou do The Mike Douglas Show, popular programa televisivo dos EUA.

No início de 1975, em meio às sessões de gravação do quinto álbum, a banda sofreu uma baixa com a saída do violoncelista Mike Edwards, prontamente substituído por Melvyn Gale (nascido em 15 de janeiro de 1952 em Londres, Inglaterra). A ELO apareceu pela segunda de quatro ocasiões no Midnight Special, tornado-se recordista em aparições nesse conhecido programa de TV dos EUA.

Em setembro de 1975, foi lançado o álbum Face the Music, também produzido por Jeff Lynne. O álbum contém dois clássicos supremos da ELO, Strange Magic e Evil Woman, lançados como singles. Também se destaca a faixa Fire on High, onde o batera Bev Bevan declama o texto  “The music is reversible, but time is not. Turn back, turn back, turn back, turn back…” [a música é reversível, mas o tempo não. Volte, volte, volte, volte], gravado de trás para a frente, como uma resposta de Lynne às acusações de que Eldorado, faixa do álbum anterior teria menagens satânicas. Também podemos citar Nightrider e Poker (essa com o novato Kelly Groucutt nos vocais, uma das raras vezes em que Jeff Lynne não atuou como vocalista principal da ELO).  O álbum levou outro Disco de Ouro da RIAA.

Em fevereiro de 1976, teve início uma extensiva turnê em terras norte-americanas que durou até abril desse ano. Em junho de 1976, saiu Olé ELO, segunda compilação da banda. O álbum foi agraciado com mais um Disco de Ouro da RIAA para a ELO. Em julho de 1976 trabalharam nas gravações do sexto álbum no Musicland Studios em Munique, Alemanha.

Em outubro de 1976, foi lançado o álbum A New World Record, produzido por Jeff Lynne, onde apareceu pela primeira vez o famoso logotipo da banda, elaborado pelo designer gráfico John Kosh, que tinha no currículo a arte do álbum Abbey Road dos Beatles. Os arranjos croais e orquestrais ficaram a cargo de Lynne, Roichard Tandy e Louis Clark. Destacam-se os clássicos Living Thing (com a inesquecível intro cigana feita pelo violino de Mik Kaminski), Telephone Line (com uma linha que lembra muito a parte orquestrada de The Long and Winding Road dos Beatles), So FineTighthrope, Do Ya (na verdade um “cover” do The Move, banda da qual Jeff Lynne fez parte antes da ELO) e Rockaria!, essa uma deliciosa mistura de Rock com uma ária de ópera cantada pela soprano lírica galesa Mary Thomas. Foi o primeiro álbum da ELO a alcançar o Top 10 das paradas britânicas. Em setembro de 1976, teve início outra turnê nos EUA que durou até abril do ano seguinte.

Em janeiro de 1977, a ELO se apresentou no American Music Awards, aproveitando uma breve pausa na turnê. Em abril de 1977 saiu The Lights Shine On, a terceira coletânea da banda. Em maio de 1977, viajaram para Munique, Alemanha e deram início a sessões de gravação para o sétimo álbum da banda no Musicland Studios. Em agosto de 1977, fizeram um show off-tour em San Diego, Califórnia, EUA.

Em outubro de 1977, foi lançado o álbum duplo Out of the Blue, outra produção de Jeff Lynne. Novamente o maestro Louis Clark deu aquela ajuda nos arranjos e regência coral. O disco apresenta três clássicos da ELO: Mr. Blue Sky, com um belo climax apresentado por um lindo coral, Turn to Stone (cujo final apresenta a progressão orquestral que os Beatles usaram em seu clássico A Day in the Life) e Sweet Talking Woman, com uma bela intervenção das cordas. Também se destacam as faixas Wild West Hero e It’s Over. Fez bonito nas paradas dos EUA (quarto lugar da Billboard 200 e quinto lugar na Cashbox) do Reino Unido (quarto lugar), além de cravar a vice-liderança nos charts canadenses. Teve início uma turnê que durou nove meses.

Fontes:

Wikipedia

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Biografias Musicais: ELO, parte 1: Os primórdios — 3 de agosto de 2018

Biografias Musicais: ELO, parte 1: Os primórdios

Uma das bandas mais amadas dos anos 70, a Electric Light Orchestra ou simplesmente ELO sintetizou como ninguém o conceito de uma banda de Rock com instrumentos de uma orquestra sinfônica. Tornou-se um dos ícones da Disco Music e após algumas pausas voltou aos palcos recentemente.

A ideia de uma banda que misturasse elementos do Rock and Roll com cordas, metais e madeiras de uma orquestra partiu da cabeça do guitarrista, cantor e compositor Roy Wood (nascido Ulysses Adrian Wood no dia 8 de novembro de 1946 em Kitts Green, Birmingham, Inglaterra). Ele ficava imaginando como seria se os Beatles tivessem levado para os palcos o conceito utilizado pela banda após 1967. Nessa época, estava à frente do The Move, banda que fez um imenso sucesso no Reino Unido na segunda metade da década de 60 e que merece uma postagem exclusiva do nosso blog no futuro.

Wood contou com a adesão do guitarrista, vocalista e multiinstrumentista Jeff Lynne (nascido Jeffrey Lynne em 30 de dezembro de 1947 em Shard End, Birmingham, Inglaterra), que tocava na The Idle Race, uma banda amiga de Birmingham. Mesmo ainda atuando em sua banda, ele queria tirar a ideia do papel, chamando inclusive Lynne para as fileiras de suas banda após a saída do frontman e vocalista do The Move Carl Wayne (1943-2004). Os dois recrutaram o baterista Bev Bevan (nascido Beverley Bevan em 25 de novembro de 1944 em Sparkhill, Birmingham, Inglaterra), e o baixista Rick Price (nascido Richard Price em 10 de junho de 1944 em Birmingham, Inglaterra), ambos do The Move.

Em 12 de abril de 1970, o marco zero da banda aconteceu quando Roy Wood adicionou múltiplos violoncelos na composição de Jeff Lynne 10538 Overture, cuja intenção era figurar no lado B de um single do The Move. Essa foi a primeira música do projeto em gestação. Para financiar a empreitada, Wood lançou com o The Move o álbum Message from the Country, ao mesmo tempo em os músicos envolvidos gravavam material no Phillips Studios em Londres, Inglaterra para a nova banda, batizada de Electric Light Orchestra como um trocadilho para uma “orquestra leve”, como eram chamados na Inglaterra os quartetos de cordas (2 violinos, viola e violoncelo), juntando com a proposta eletrificada de uma banda de Rock. Além de Wood, Lynne, Bevan e Price, que tocaram diversos instrumentos típicos de uma orquestra (sopros, cordas e percussão), além das habituais guitarras, baixo, bateria e vocais, participaram das sessões os músicos Bill Hunt (trompa) e Steve Woolan (violino).

Em dezembro de 1971, foi lançado o álbum de estreia, The Electric Light Orchestra, com produção assinada por Roy Wood e Jeff Lynne. Por motivos nunca esclarecidos, limaram a contribuição do baixista Rick Price e regravaram as partes do baixo. O músico sequer consta na ficha técnica do álbum. Entre as faixas, destacam-se a já citada Overture 10538 (lançada em single), The Battle of Marston Moor (July 2nd 1644) (Wood), Mr. Radio (Lynne) e Whisper in The Night (Wood). nos EUA, o álbum recebeu o nome de No Answer devido a um mal entendido de um executivo da United Artists Records, subsidiária norte-americana da Harvest Records, que tentou levantar o nome do disco e como não conseguiu seu intento, acabou anotando “sem resposta” e assim ficou.

Em 15 de abril de 1972 aconteceu o primeiro show da ELO no The & Hound’s Pub Fox em Croydon, Inglaterra. Na ocasião, a formação da banda contava com os fundadores (Lynne, Wood e Bevan) mais o tecladista e multiintrumentistaRichard Tandy (nascido em 26 de março de 1948 em Birmingham, Inglaterra), atuando no baixo, Bill Hunt (teclados), que havia participado das sessões do primeiro álbum, os violoncelistas Andy Craig, Mike Edwards (nascido Michael Edwards em 31 de julho de 1948 em Londres, Inglaterra) e Hugh McDowell (nascido Hugh Alexander McDowell em 31 de julho de 1953 em Hampstead, Londres, Inglaterra) e o violinista Wilfred Gibson (nascido em 28 de fevereiro de 1945 em Dilston, Northumberland, Inglaterra).

Em maio de 1972, em meio às sessões do segundo álbum, Roy Wood saiu da ELO. Alegou ter deixado a banda por conte da discordãncia com o gerenciamento feito por Don Ardeen (1926-2007). durante uma turnê na Itália, Wood reclamou que não era possível ouvir os violinos e violoncelos e passou a bater de frente com o empresário. além disso, ele e Jeff Lynne começaram a ter discordâncias criativas, criando um clima tenso na banda. Isso acabou culminando na saída de Wood, que acabou levando junto o tecladista Bill Hunt e o violoncelista Hugh McDowell, com quem formou a banda The Wizzard. O violoncelista Andy Craig foi outra baixa naquele momento. Lynne assumiu a liderança, mas a imprensa britânica dava como certo o declínio da banda, já que tinha perdido uma peça importante em seu lineup. O tempo acabou mostrando que estavam todos errados.

Foram promovidas algumas mudanças no lineup, com Richard Tandy assumindo os teclados no lugar de Hunt e o recrutamento do baixista Mike de Albuquerque (nascido em 24 de junho de 1947 em Winbledon, Londres, Inglaterra) e o violoncelista Colin Walker (nascido em 8 de julho de 1949 em Minchinhampton, Gloucestershire, Inglaterra). Para sanar o problema das cordas sendo abafadas pelos instrumentos elétricos (razão pela qual Wood teria saído da ELO), elas passaram a ser devidamente eletrificadas. A nova formação debutou tocando na edição de 1972 do conhecido Reading Festival.

Em janeiro de 1973, foi lançado o álbum ELO 2, produzido por Jeff Lynne. O título seria The Lost Planet, mas o conceito foi alterado não se sabe a razão. Em relançamentos posteriores de ELO 2,  a proposta original saiu como um disco-bônus, que contou com a participação do cantor Carl Wayne, que havia atuado como vocalista do the Move, banda de Roy Wood e do guitarrista Marc Bolan (1949-1973), expoente do Glam Rock. Os destaques são o fabuloso cover de Roll Over Beethoven, clássico de Chuck Berry (1926-2017), contando com trechos de obras de Ludwig van Beehtoven (1770-1928), dentre as quais sua famossíssima Quinta Sinfonia, Momma (lançada nos EUA como Mama) e In Old England Town (Boogie No. 2), composições de jeff Lynne. Esse foi o segundo e último disco da ELO sem apelo comercial. Nesse ano, a banda fez sua primeira apresentação no famoso program de TV norte-americano American Bandstand. Em meio às sessões do terceiro álbum, a ELO sofreu duas baixas no lineup. Saíram o violinista Wilfrid Gibson, que deixou a banda pro problemas de disputa de royalties e o violoncelista Colin Walker que queria ficar um tempo com a família. Para o lugar de Gibson veio Mik Kaminski (nascido Michael Kaminski em 2 de setembro de 1951 em Harrogate, North Yorkshire, Inglaterra). Ele trouxe seu indefectível violino azul, uma das marcas registradas da ELO. Não foi recrutado um substituto para Walker e o violoncelista remanescente, Mike Edwards teve que gravar as partes de violoncelo sozinho.

Em setembro de 1973, saiu o single Showdown (Lynne)/In Old England Town (Lynne), o último disco da banda lançado pela Harvest Records. O lado A  é um dos grandes clássicos da ELO e é uma das músicas favoritas de John Lennon. Jeff Lynne gravou o solo usando a guitarra Gibson Firebird de Marc Bolan. A música antecipou em alguns anos a sonoridade usada na Disco Music na segunda metade dos anos 70. Não fez feio nos charts britãnicos, ficando em 12º lugar no país. Em novembro de 1973, foi lançado o álbum On the Third Day, produzido por Jeff Lynne, estreia da ELO na gravadora Warner Brothers. O disco tem uma pegada mais roqueira e destacam-se as faixas Ocean Breakup/King of the Universe, Ma-Ma-Ma-Belle e Daybreaker, todas composições de Jeff Lynne, além de In the Hall of the Mountain King do compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907). Showdown ficou de fora da edição britânica do álbum.

Fontes:

Wikipedia

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Deep Purple, 50 anos: Epílogo: A década de 2010 e a atualidade — 20 de julho de 2018

Deep Purple, 50 anos: Epílogo: A década de 2010 e a atualidade

Em 2003, a Mark VIII fez sua estreia com o lançamento do álbum Bananas. Veio então uma turnê de dois anos que visitou inclusive o Brasil. Em 2005, saiu o álbum Rapture of the Deep, o primeiro disco da banda a contar com músicos adicionais, que veio acompanhado de uma nova turnê que em 2006 passou pelo Brasil mais uma vez. Em 2009, comemoraram 40 anos da banda com diversos shows nos quatro cantos do planeta. Jon Lord voltou à ativa para uma turnê comemorativa dos 40 anos do álbum Concerto for Band and Orchestra.

No início de 2011, Glenn Hughes e David Coverdale foram a um programa na VH1 e cogitaram uma reunião da Mark III para um evento beneficente. De fevereiro a maio de 2011, eles completaram os compromissos de divulgação de Rapture of the Deep e o México foi o único país do continente americano a ser visitado. Em junho de 2011, o Purple deu início a The Songs That Built Rock Tour, cujo pontapé inicial aconteceu no Canadá. A nova turnê contou com participação de uma orquestra composta por 38 músicos, visitando 48 países, inclusive uma apresentação na O2 Arena em Londres.

Em setembro de 2011, a banda lamentou o falecimento de um de seus colaboradores, Moray McMillin, que havia trabalhado como engenheiro de som em turnês do Purple desde 2002. Em outubro de 2011, Jon Lord fez os últimos shows da turnê de comemoração de Concert For Group and Orchestra iniciada em 2009, visitando o Brasil novamente, após um hiato de dois anos. São Paulo-SP, Nova Odessa-SP, Belém-PA, Fortaleza-CE e Belo Horizonte-MG foram as cidades contempladas.

Em meados de 2012, após sete anos protelando, a banda anunciou que entraria em estúdio para gravar material inédito para um novo álbum desde Rapture, a ser lançado no ano seguinte, razão pela qual cancelaram diversos shows da turnês em andamento. Porém, os músicos do Purple e os fãs em geral foram abalados pela notícia da morte de seu membro fundador Jon Lord em 16 de julho de 2012, aos 71 anos, vítima de embolia pulmonar. Ele já estava sofrendo com câncer no pãncreas e morreu tranquilo cercado pela família. Acabou-se a esperança de ver qualquer uma das formações anteriores do Purple completas.

Em abril de 2013, foi lançado o álbum Now What?, produzido pelo badalado Bob Ezrin (1949-), conhecido por ser trabalho com Alice Cooper, Peter Gabriel e Pink Floyd. A maioria das músicas foi assinada por Gillan, Glover, Morse, Paice e Airey em conjunto com Bob Ezrin, menos It’ll Be Me de autoria de Jack Clement. As sessões aconteceram em Londres, Inglaterra e em Nashville, Tennessee, EUA, a Meca da Música Country. Destaque para as faixas A Simple Song, Hell to Pay e Vincent Price. Em meio à turnê, saiu a edição de luxo do álbum, acompanhada de um CD bônus mostrando faixas ao vivo gravadas entre julho e agosto de 2013.

Em fevereiro de 2014, teve continuidade a turnê de Now What?, visitando diversos países da Europa, além de Japão, EUA, Israel e Brasil. Em sua volta às terras tupiniquins, em novembro de 2014, o Purple visitou São Paulo-SP, Curitiba-PR, Brasília-DF, Florianópolis-SC e Porto Alegre-RS. Em 2015, viajaram para a a América do Norte (EUA, Canadá e México) e Europa, concluindo com um show em dezembro de 2015 na O2 Arena em Londres, Inglaterra.

No dia 8 de abril de 2016, o Deep Purple finalmente foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame. Era uma das únicas da Santa Trindade do Metal (junto com Black sabbath e Led Zeppelin) que ainda não tinham recebido essa honraria. O título foi seguido de uma grande polêmica de bastidores, pois apenas Rod Evans (Mark I), David Coverdale e Glenn Hughes (Mark III), além de Gillan, Glover, Blackmore, Lord (representado por sua viúva Vickie Lord) e Paice (Mark II) foram nomeados, deixando de fora Nick Simper (Mark I), Tommy Bolin (Mark IV), Joe Lynn Turner (Mark V), Steve Morse e Don Airey (Marks VII e VIII). Além disso, os membros da então quarentenária formação do Purple recusou-se em dividir o palco com os ex-colegas Evans, Blackmore, Coverdale e Hughes na performance da banda na cerimônia, deixando isso a cargo da Mark VIII. O guitarrista e fundador Blackmore acabou não comparecendo, embora se sentisse honrado com o título. O vocalista da Mark I, envolvido no escândalo do Purple fake nos anos 80, também não marcou presença. Os dois componentes da Mark III estiveram presentes e acabaram tocando com o Cheap Trick, outro peso pesado do Rock setentista, na jam session final. Em junho de 2016, o batera Ian Paice sofreu um pequeno AVC que comprommeteu as articuções dos dedos de sua mão direita e alguns compromissos na Escandinávia acabaram sendo cancelados. Foi a primeira vez que isso aconteceu em quase cinquenta anos de banda.

Em abril de 2017, foi lançado o álbum Infinite, também produzido por Bob Ezrin, que também assinou as faixas com o quinteto como fizera no disco anterior. Além das faixas autorais como Time For Bedlam, One Night in Vegas e Birds of Prey, o destaque fica para o cover de Roadhouse Blues (Jim Morrison), um clássico de The Doors. Em maio de 2017 teve início a atual turnê do Purple The Long Goodbye Tour, que como o nome entrega pode ser a última grande turnê da banda, conforme eles mesmos deixaram claro em entrevistas recentes. Em dezembro de 2017, os pirplefans brasileiros ganharam um presente de Natal antecipado com a visita da banda em São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Curitiba-PR.

Chegando a meio século de existência do Deep Purple, cada um dos participantes da rotatória musical proposta por Chris Curtis em 1967, tomou seu rumo na vida. Já falei sobre isso nos capítulos anteriores, mas vale a apenas dar uma relembrada.

  • O vocalista Rod Evans (Mark I) foi punido judicialmente pelo envolvimento no lamentável episódio do Fake Purple nos anos 80 e desde então nunca mais apareceu em público, embora tenha sido nomeado quando o Deep Purple foi introduzido no Rock and Roll hall of Fame.
  • O baixista Nick Simper (Mark I), ficou muito chateado por não ter sido nomeado para o Rock and Roll Hall of Fame com o Deep Purple, tem tocado com sua banda Nasty Habits o repertório que consagrou a Mark I;
  • O vocalista David Coverdale (Marks III e IV) tem mantido o quase quarentenário Whitesnake após diversas formações, fez uma bela parceria com Jimmy Page no projeto Coverdale/Page e reencontrou o amigo e parceiro de Marks III e IV Glenn Hughes durante um show em 2015.
  • O baixista/vocalista Glenn Hughes (Marks III e IV) enfim venceu seu vício e se tornou evangélico, cantou no Black Sabbath em seu álbum Seventh Star (1986), retomou a parceria com Tony Iommi (líder do Sabbath) em 1996, participou dos projetos Phenomena (1985, 1987 e 2006) e HTP (Hughes Turner Project), esse junto com Joe Lynn-Turner da Mark V, em 2002, deu uma canja num show do Whitesnake do amigo David Coverdale em 2015, cantando sucessos das Mark II e IV;
  • O guitarrista Ritchie Blackmore (Marks I, II, III, IV e V), após sua segunda saída do Deep Purple, reformou o Rainbow em 1993, decretou seu fim mais uma vez, retomando a banda em 2015; formou em 1997 a banda Blackmore’s Night, junto com a esposa Candice Night; recentemente, mostrou-se interessado em voltar a tocar em algum show com os ex-companheiros.
  • O vocalista Joe Lynn Turner (Mark V) trabalhou com Glenn Hughes no projeto HTP (Hughes Turner Project) e hoje está no Sunstorm;
  • O guitarista Joe Satriani (Mark VI) não se arrependeu em sua decisão de não ser efetivado no Deep Purple, tornou-se um dos maiores guitarristas do século e criou o projeto G3, onde reúne sempre três grandes nomes das seis cordas. Steve Vai e Yingie Malmsteen já participaram de alguns shows.
  • O vocalista Ian Gillan (Marks II, VI, VII e VIII), após seu novo retorno ao Purple em 1993, assumiu de vez a liderança na banda, trabalhando espeoradicamente em alguns projetos individuais, entre os quais o supergrupo WhoCares (2011) com o amigo Tony Iommi (Black Sabbath), que contou com feras como o falecido colega de Purple Jon Lord nos teclados, o baixista Jason Newsted (Metallica) e o baterista Nicko McBrain (Iron Maiden).
  • O baixista Roger Glover (Marks II, V, VI, VII e VIII) sempre manteve uma boa relação com todos os membros da gigantesca árvore genealógica do Deep Purple, além de ter se tornado um produtor de respeito.
  • O baterista Ian Paice, o único a participar de todas as encarnações do Deep Purple, tocou no álbum do ex-beatle George Harrison The Best of Dark Horse 1976-1989, aproveitou uma folguinha na banda para tocar em 1999 com ex- beatle Paul McCartney e o ex-Pink Floyd David Gilmour no álbum Run Devil Run e num memorável show no Cavern Club. Em 2012, fez uma jam session beneficente ao lado dos cantores Alice Cooper e Bruce Dickinson (Iron Maiden), do guitarrista Brian May (Queen) e do baixista John Paul Jones (Led Zeppelin).
  • O guitarrista Steve Morse (Marks VII e VIII) e o tecladista Don Airey (Mark VIII) mantiveram o pique e enfrentaram numa boa as comparações com os patronos Blackmore e Jon Lord e hoje são amados por todos os fãs da banda.

Comemorando 50 anos de história neste ano de 2018, o Purple, ironicamente, acabou se tornando a própria Roundabout (rotatória) pensada por Chris Curtis em 1967. Foi um entra-e-sai incessante de músicos em torno de um baterista. Enquanto seus músicos tiverem esse prazer em dividir com o público sua musicalidade e sua energia, a banda nunca vai acabar. Agora é aguardar o que o futuro guarda para eles.

Fonte:

Wikipedia

Site oficial

Deep Purple Apreciation Society

Agradecimentos:

aos meus amigos e ex-colegas de Past Masters e Purplefans fieis Amaury Silva, Rodolfo Carvalho, Ivan Costadelli, Vagner Alves e também ao blog Purpendicular

Deep Purple, 50 anos: Parte 11: O século XXI e a Mark VIII — 17 de julho de 2018

Deep Purple, 50 anos: Parte 11: O século XXI e a Mark VIII

A chegada de Steve Morse em 1994 veio revitalizar o som do Deep Purple e muita gente (fãs de Ritchie Blakcmore) torceu o nariz para o novo guitarrista da banda. Em 1996, foi gravado o álbum Purpendicular e veio uma bem sucedida turnê, que trouxe o Purple pela segunda vez ao Brasil. Em 2002, encerrou-se um ciclo com a saída de Jon Lord, fundador da banda e presente em todas as formações do Deep Purple até então. Don Airey, ex-Rainbow e Whitesnake foi chamado e teve inúcuo a Mark VIII.

Em outubro de 2003 foi lançado Bananas, álbum de estréia da Mark VIII. Pela primeira vez em sua história, o Deep Purple não atuou na produção de um disco, função que ficou a cargo do guitarrista Michael Bradford (1961-). Também pela primeira vez, apareceram músicos adicionais em algumas faixas de um disco. São eles: Paul Buckmaster (arranjo de cordas e violoncelo), Beth Hart (vocais de apoio) e o próprio Michael Bradford (guitarra), que também compôs algumas músicas junto com a banda. As músicas são assinadas em sua maioria pelo quinteto Gillan, Glover, Morse, Paice & Airey e os destaques são: House of Pain (Gillan, Bradford), Sun Goes Down, Haunted, Picture of Innocence (Gillan, Glover, Lord, Morse & Paice) e Silver Tongue.

Nesse ano, seguiu-se mais uma turnê mundial que durou até 2005 e o Brasil viu o Purple ao vivo e em cores mais uma vez. Nessa volta às terras brasileiras, a banda visitou as cidades de São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Recife-PE, Goiânia-GO e Rio de Janeiro-RJ, cancelando uma apresentação em Fortaleza-CE. Em sua passagem pela Cidade Maravilhosa, a banda participou de dois programas da TV Globo, Casseta & Planeta Urgente e Programa do Jô.

Em 2004, saíram os álbuns ao vivo Space vol. 1 & 2 Perks & Tit, sendo o primeiro um registro de um show da Mark II na Alemanha em julho de 1970, disco que teve origem num bootleg da banda, cujo destaque era o solo de bateria matador de Ian Paice no cover de Paint It Black, clássico dos Rolling Stones; o outro disco registrou um show da turnê do álbum Burn da Mark III em abril de 1974 nos EUA.

No dia 28 de fevereiro de 2005, faleceu o baterista e cantor Chris Curtis, aos 63 anos, de causas naturais. Ele foi o fundador do Roundabout, projeto que deu origem ao Deep Purple. Em julho de 2005, corrigindo o erro cometido 20 anos antes ao não participar do Live Aid, o Purple foi uma das atrações do Live 8, um evento promovido pelos mesmos organizadores e que teve em seu lineup nomes como Paul McCartney, U2 e uma reunião do Pink Floyd, entre outros. Em outubro de 2005, saiu o álbum Rapture of the Deep, também produzido por Michael Bradford. Os destaques são a faixa título, Money Talks, Don’t Let Go, Back to Back e Junkyard Blues, todas assinadas por Gillan, Glover, Morse, Paice & Airey. Teve um bom desempenho e boa recepção de público e crítica.

Em 2006, veio em seguida uma nova turnê mundial que durou uns cinco anos e o Brasil estava na fita de novo. O Purple deu o ar da graça em São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Belo Horizonte-MG, Porto Alegre-RS, Curitiba-PR e Vitória-ES. Nesse mesmo ano, Rapture foi relançado com um CD bônus contendo faixas ao vivo gravadas no Hard Rock Cafe em Londres. Saiu o box set ao vivo Live in Europe 1993, com dois shows da Mark II em outubro e novembro de 1993, além dos álbuns ao vivo Live in Montreux 1996, registro da Mark VII se apresentando no legendário Festival de Jazz de Montreux em 1996 e Live in Montreux 1969 com a Mark II debutando no mesmo festival em outubro de 1969, dois anos antes do episódio que deu origem ao clássico Smoke on the Water.

Em 2007, foram lançados dois álbuns ao vivo: Live in Denmark 1972, apresentando a Mark II num antológico show em Copenhague, Dinamarca em março de 1972, mostrando uma interpretação da banda para o clássico Lucille de Little Richard. Também saiu o álbum Live in Montreux 2006, também chamado They All Came Out in Montreux [referência a uma das estrofes do clássico Smoke on the Water], com a Mark VII se apresentando em Montreux, Suiça em julho de 2006.

Em 2009, fizeram uma turnê comemorativa pelos 40 anos de história da banda em 2009 e o Brasil fez parte da rota de shows que brindaram purplefans em São Paulo-SP, Florianópolis-SC e Porto Alegre-RS. Nesse mesmo ano, o bom e velho Jon Lord apresentou o Concerto for Group and Orchestra, também comemorando quatro décadas de existência, em sua totalidade na Virada Cultural em São Paulo-SP, Brasil [este que vos escreve esteve lá para conferir. Foi o único membro do Purple que vi de perto].

Em 2010, visitaram vários países da Europa e um fizeram um show fechado na Rússia. Também se apresentaram em alguns países da Ásia e na Austrália e África do Sul. Infelizmente dessa feita, o Continente Americano ficou de fora. Em novembro de 2010, faleceu o incansável empresário e amigo da banda, Tony Edwards, aos 78 anos. Foi ele que comprou a ideia do Roundabout em 1967 e representou a banda até 1976.

Fontes:

Wikipedia

Musical Review

Site oficial